Introdução: com argumentos e conceitos simples a respeito da psicologia e da neurociência, eu explico o termo que cunhei, de nome neurorreligação. É o efeito benéfico às pessoas quando têm alta em uma psicoterapia, considerando que mudanças e melhorias no comportamento visível da pessoa, tem como base mudanças em estruturas neuronais e de funcionamento de áreas cerebrais em níveis microscópicos. Sempre!
Palavras-chave: neurociência, psicologia, psiquiatria, neurotransmissor, comportamento.
A Psicologia é o estudo do comportamento. Seja de animais, seja de seres humanos, ela tenta entender o porquê de cada reação de um desses diante de uma ou diversas situações. Qual será a resposta? O que fará? Por que fez isto?, são uma pequena, mas muito pequena amostra da abrangência desta disciplina, sem falar em outras áreas em que atua, algumas somente para os seres humanos: social, política, empresarial.
Olhando
para uma pessoa você está observando o comportamento que ela exibe
mesmo não sendo um cientista. Está parada e sentada em um banco de uma
estação do Metrô. Isto indica que pode estar esperando alguém. Ou parou
para descansar sem preocupação em voltar logo para casa.
Os
cientistas se ocupam de comportamentos mais complexos: o que levou tal
pessoa a ficar deprimida? Por que um rapaz fica tão ansioso diante do
sexo oposto?
Tudo
o que ocorre de forma visível nos humanos possui um correspondente em
níveis neuronais, do funcionamento de neurônios ou redes de neurônios,
as chamadas redes neurais. Parece simples mas não é. Temos quase cem
bilhões de neurônios e portanto muitos circuitos deles a produzirem
comportamentos dos mais complexos. Comportamentos visíveis. E essas
redes dependem de substâncias chamadas neurotransmissores a preencherem
lacunas entre os neurônios para os impulsos nervosos passarem de
neurônios aos outros. São as sinapses, que, se não ocorrerem por falta
desses neurotransmissores, a pessoa terá problemas.
O neurotransmissor noradrenalina influencia o nosso prazer, a felicidade, humor, autoconfiança, entusiasmo e o estado de alerta. A serotonina interfere na impulsividade, agressividade, no comportamento sexual e na dor. (1)
Então,
simplificadamente, o que ocorre em nível micro, reflete em nosso
comportamento macro, ou, simplesmente, comportamento? Sim. Reações
químicas...
Uma
pessoa deprimida está triste, sem energias para levar uma vida normal.
Até fica exageradamente em uma cama, fica sem apetite, sem nenhum
entusiasmo com a vida. Como disse o Dr. Drauzio Varella, “Na depressão, o
existir é um fardo é insuportável.” (2). Mas existem depressões mais leves embora
não seja vantajoso explicar detalhes aqui. Importa saber da necessidade
de remédios e/ou terapias para ajudar pessoas com depressão. Práticas
religiosas também são formas de atenuar essa doença e muitas pessoas se
reergueram, após muitas perdas (materiais e/ou de entes queridos), ao
participarem de cultos, missas, enfim, atividades dentro de suas
religiões e voltaram a ter uma vida normal.
Falo
da depressão mas terapias, remédios (aqui entra também a psiquiatria) e
práticas religiosas podem estar presentes na recuperação de pessoas com
problemas emocionais dos mais diversos porque essas ações interferem no
funcionamento do cérebro. Em áreas cerebrais.
Veja
que problemas emocionais, dos mais leves aos mais severos podem fazer
com que alguém não trabalhe, não se relacione com as outras pessoas,
tendo uma mudança de vida péssima a ela e aos próximos. Tratamentos como
eu disse realizam uma nova ligação com a sociedade, uma religação,
sendo ela oriunda de melhorias nos estados internos do cérebro com,
consequentemente, melhorias no comportamento macro da pessoa, ou, mais
uma vez, comportamento.
É a neurorreligação de que falo.
É a neurorreligação de que falo.
Notas:
1 - Lilly Portugal (2010). A depressão tem tratamento - Causas. Disponível em: <https://www.saiadoescuro.pt/causas/5.htm>. Acesso em: 18/10/2016.
2 - Drauzio Varella (2011). Estresse e depressão. Disponível em:
<http://drauziovarella.com.br/drauzio/estresse-e-depressao/>. Acesso em: 18/10/2016.
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