terça-feira, 18 de outubro de 2016

Explicando a neurorreligação de maneira simples

Introdução: com argumentos e conceitos simples a respeito da psicologia e da neurociência, eu explico o termo que cunhei, de nome neurorreligação. É o efeito benéfico às pessoas quando têm alta em uma psicoterapia, considerando que mudanças e melhorias no comportamento visível da pessoa, tem como base mudanças em estruturas neuronais e de funcionamento de áreas cerebrais em níveis microscópicos. Sempre!

Palavras-chave: neurociência, psicologia, psiquiatria, neurotransmissor, comportamento.


A Psicologia é o estudo do comportamento. Seja de animais, seja de seres humanos, ela tenta entender o porquê de cada reação de um desses diante de uma ou diversas situações. Qual será a resposta? O que fará? Por que fez isto?, são uma pequena, mas muito pequena amostra da abrangência desta disciplina, sem falar em outras áreas em que atua, algumas somente para os seres humanos: social, política, empresarial.

Olhando para uma pessoa você está observando o comportamento que ela exibe mesmo não sendo um cientista. Está parada e sentada em um banco de uma estação do Metrô. Isto indica que pode estar esperando alguém. Ou parou para descansar sem preocupação em voltar logo para casa.

Os cientistas se ocupam de comportamentos mais complexos: o que levou tal pessoa a ficar deprimida? Por que um rapaz fica tão ansioso diante do sexo oposto?

Tudo o que ocorre de forma visível nos humanos possui um correspondente em níveis neuronais, do funcionamento de neurônios ou redes de neurônios, as chamadas redes neurais. Parece simples mas não é. Temos quase cem bilhões de neurônios e portanto muitos circuitos deles a produzirem comportamentos dos mais complexos. Comportamentos visíveis. E essas redes dependem de substâncias chamadas neurotransmissores a preencherem lacunas entre os neurônios para os impulsos nervosos passarem de neurônios aos outros. São as sinapses, que, se não ocorrerem por falta desses neurotransmissores, a pessoa  terá problemas.

O neurotransmissor noradrenalina influencia o nosso prazer, a felicidade, humor, autoconfiança, entusiasmo e o estado de alerta. A serotonina interfere na impulsividade, agressividade, no comportamento sexual e na dor. (1)


Então, simplificadamente, o que ocorre em nível micro, reflete em nosso comportamento macro, ou, simplesmente, comportamento? Sim. Reações químicas...

Uma pessoa deprimida está triste, sem energias para levar uma vida normal. Até fica exageradamente em uma cama, fica sem apetite, sem nenhum entusiasmo com a vida. Como disse o Dr. Drauzio Varella, “Na depressão, o existir é um fardo é insuportável.” (2). Mas existem depressões mais leves embora não seja vantajoso explicar detalhes aqui. Importa saber da necessidade de remédios e/ou terapias para ajudar pessoas com depressão. Práticas religiosas também são formas de atenuar essa doença e muitas pessoas se reergueram, após muitas perdas (materiais e/ou de entes queridos), ao participarem de cultos, missas, enfim, atividades dentro de suas religiões e voltaram a ter uma vida normal.

Falo da depressão mas terapias, remédios (aqui entra também a psiquiatria) e práticas religiosas podem estar presentes na recuperação de pessoas com problemas emocionais dos mais diversos porque essas ações interferem no funcionamento do cérebro. Em áreas cerebrais.

Veja que problemas emocionais, dos mais leves aos mais severos podem fazer com que alguém não trabalhe, não se relacione com as outras pessoas, tendo uma mudança de vida péssima a ela e aos próximos. Tratamentos como eu disse realizam uma nova ligação com a sociedade, uma religação, sendo ela oriunda de melhorias nos estados internos do cérebro com, consequentemente, melhorias no comportamento macro da pessoa, ou, mais uma vez, comportamento.

É a neurorreligação de que falo.


Notas:


1 - Lilly Portugal (2010). A depressão tem tratamento - Causas. Disponível em:  <https://www.saiadoescuro.pt/causas/5.htm>. Acesso em: 18/10/2016.

2 - Drauzio Varella (2011). Estresse e depressão. Disponível em:
<http://drauziovarella.com.br/drauzio/estresse-e-depressao/>. Acesso em: 18/10/2016.

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