Palavras-chave: neurociência, neurorreligação, psicoterapia, neuropsicologia, neuroplasticidade.
“Todas as formas de cura de pacientes envolvidos na psicoterapia são de origem em modificações em estruturas e/ou funcionalidades de áreas cerebrais.”
“Todas as formas de cura de pacientes envolvidos na psicoterapia são de origem em modificações em estruturas e/ou funcionalidades de áreas cerebrais.”
Começo este artigo com a frase acima indicando a neuroplasticidade como essas modificações no sistema nervoso.
Podemos fazer o seguinte gráfico:
Estímulos externos → neuroplasticidade → neurorreligação
Poderíamos
parar na neuroplasticidade? Acontece que o termo neurorreligação está
ligado ao comportamento macro do indivíduo e a neuroplasticidade nas
modificações micros no cérebro. O psicoterapeuta analisa, percebe
mudanças no comportamento do seu paciente e, procedendo pela alta deste,
atesta que ele está pronto para levar uma vida normal de trabalho,
afetiva e social. Simplificando.
No
cérebro do paciente aconteceram muitas transformações em que se poderia
realizar testes com aparelhos eletrônicos sofisticados (1) antes e
depois da terapia. Esses testes confirmarão essas transformações, mas,
como posso ter certeza que todas as curas são assim? A neurociência
junto com esses aparelhos já demonstraram muitas evidências a respeito
de modificações estruturais durante terapias que não dá para se dizer
que nada acontece no funcionamento físico-químico do cérebro. Isto é uma
inferência mas não dá para se negar o papel “conclusivo” de tantas
experiências já realizadas e que são publicadas na literatura
científica.
Eu
não diria que houve algo de mudança transcendental, imaterial na mente
do paciente. Mesmo assim, na minha definição de neurorreligação, deixo
um porém a respeito disto como você poderá ver no principal artigo que
escrevi, “Neurorreligação”, (2) em que este termo abrange situações onde
um possível efeito sobrenatural mexeria com a parte física do cérebro.
Assim ficaria a cargo dos pesquisadores descobrirem onde ocorreriam
essas influências. Na minha opinião o cérebro é uma máquina isenta de
ações desses tipos.
A
psicoterapia é de grande ajuda na recuperação emocional das pessoas, no
autoconhecimento, nas fobias, em se lidar melhor com os sentimentos e
emoções, em se perceber o mundo como ele é aqui e agora reagindo de
forma adequada às muitas situações que se apresentam diante de nós, e,
eu poderia fazer uma lista muita grande de mais vantagens aqui mas não é
preciso. Não só os nossos corpos apresentam diversos distúrbios e
doenças; o cérebro também.
Quando
se diz cura para um paciente em psicoterapia, é porque houve
transformações em níveis neurais, de circuitos neurais em suas
funcionalidades. A plasticidade neuronal, suas transformações, chegaram a
um ponto onde houve uma melhora no comportamento do paciente a ponto de
receber alta.
O
cérebro, com os seus quase infinitos estados, já não e mais aquele
órgão insondável em níveis micro como era até há décadas atrás. Os
aparelhos citados neste texto nos permitem vislumbrar um mundo onde
outros deles nos darão respostas ainda mais precisas sobre essa
fascinante máquina biológica de sentir e pensar.
Bibliografia:
1 - Principais aparelhos eletrônicos de utilidade para a neurociência:
1a.
PET - Tomografia de Emissão de Pósitron: a “Tomografia por Emissão de
Positrões” (PET) é uma técnica de imagem médica que utiliza moléculas
que incluem um componente radioactivo (radionuclídeo). Quando
administradas no corpo humano estas moléculas podem ser utilizadas para
detectar e localizar reacções bioquímicas associadas a determinadas
doenças, nomeadamente nas áreas da oncologia, da cardiologia e da
neurologia.” Universidade de Coimbra. Instituto de Ciências Nucleares
Aplicadas à Saúde. Disponível em: < http://www.uc.pt/icnas/pet_informacao_generica.pdf >. Acesso em: 10/03/2016.
2a.
SPECT - Tomografia Computada por Emissão de Fóton Único: “Assim como na
PET, SPECT calcula a concentração de radio-nuclídeos introduzidos no
corpo do paciente. Como na tomografia computadorizada, isto é feito
girando o detector de fótons em torno do paciente, para detectar a
posição e a concentração do radio-nuclídeos. Como a fonte, os
radio-nuclídeos, estão dentro do corpo do paciente, a análise é muito
mais complexa do que para a tomografia computadorizada, onde a
localização e energia da fonte, externa ao corpo, é sempre conhecida. A
energia dos fótons da SPECT são de cerca de 140 keV. Como somente um
fóton é emitido, não se pode utilizar a técnica de coincidência,
utilizada na PET. A resolução final, da ordem de 7 mm, é um fator de 3
ou 4 pior do que na PET, e muito piores do que tomografia convencional.
As imagens são limitadas pelo ruído quântico. [...]” Instituto de Física
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: < http://astro.if.ufrgs.br/med/imagens/node19.htm >. Acesso em: 10/03/2016.
3a.
fMRI - Imagens Funcionais por Ressonância Magnética: “ O mecanismo de
contraste mais utilizado em imagens funcionais por ressonância magnética
(functional Magnetic Resonance Imaging, fMRI), também conhecido por
sinal BOLD (Blood Oxygenation Level Dependent) mede indiretamente a
atividade neural, sendo sensível a mudanças no fluxo cerebral sangüíneo
(Cerebral Blood Flow, CBF), na taxa cerebral metabólica do oxigênio
(Cerebral Metabolic Rate of Oxygen, CMRO2) e no volume cerebral
sanguíneo (Cerebral Blood Volume, CBV) e, em princípio, ele pode ser
utilizado para mapear perfusão cerebral [...]”
Kátia
Cristine Andrade (dissertação de mestrado - Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto - 2006). Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59135/tde-20042010-100103/pt-br.php >. Acesso em: 10/03/2016.
2 - Argos Arruda Pinto. Neurorreligação. Disponível em: < http://neurorreligacao.blogspot.com.br/2016/10/neurorreligacao.html >. Acesso em: 10/03/2016.
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