quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Das religiões até a neurorreligação

Você já procurou saber quantas religiões existem atualmente? Aproximadamente 10.000. (1) E quantas já existiram? Por volta de 100.000. (2)

Por que tantas religiões e, consequentemente, tantas crenças e valores religiosos? Sim, porque cada uma delas leva consigo um número muito grande de valores, como, por exemplo, no cristianismo: Deus, Espírito Santo, a oração Pai Nosso, o terço para orações, a cruz de Cristo, o batismo, o sacramento, etc. E mesmo dentro do cristianismo, o que é um valor não o é para outra corrente como o protestantismo. Evangélicos não adotam a oração Ave Maria porque Maria, mãe de Cristo, não é considerada uma Santa, assim como todos os outros santos da Igreja Católica não são valores para eles. Criticam seriamente essa posição do catolicismo.

Tudo isto muitas pessoas sabem.

Mas você, provavelmente cristão, brasileiro, pois escrevo em português, no Brasil, acreditaria em um deus, rezaria para melhorar o seu nível financeiro sendo que ele  possui corpo de homem e cabeça de elefante? Certamente não. Você poderia rezar para o Deus cristão, amorfo, ensinado assim pelos seus pais, escola, parentes, amigos, etc., mas, tenho certeza que acharia ridículo um deus com cabeça de elefante.

Esse deus se chama Ganesh e é um deus do hinduísmo, religião politeísta muito praticada na Índia. E saiba que o número de pessoas adorando a esse deus é maior que a população do Brasil!

Dou este exemplo em meio a um número imenso de outros porque falo de algo não muito comentado e explicado por aí: o relativismo religioso.

Cada religião diz que os seus valores religiosos são únicos e verdadeiros, absolutos, mas, na verdade, não são. Você acha que só você, sua família, parentes, etc., são felizes por praticarem a cristandade? Você acha que as outras religiões, pagãs na visão da sua sociedade, não proporcionam nenhum conforto “espiritual”, (3) bem-estar aos próprios adeptos? Se sim está enganado. E por aí pode-se contar um número muito grande de situações benéficas aos adeptos de cada uma das religiões do planeta.

Digamos que você reconheça a veracidade do relativismo. E então irei além.

Existe algo de absoluto em todas as religiões mas devemos pensar com cuidado: o acreditar e a fé. Eles são absolutos dentro de cada uma, não fora delas. Você reza a Deus para ter melhores êxitos financeiros, afinal, acredita Nele e põe fé. O hindu reza a Ganesh. Ele nunca rezaria ao Deus cristão pois não acredita nele, não fora ensinado sobre o cristianismo e, consequentemente, não formou em sua mente esse valor religioso. Exceções quando uma pessoa muda de religião não contam. Existem poucas perto dos bilhões de indivíduos praticantes das duas. Ou de outras.

Então como ficamos, quer dizer, o acreditar e a fé são sentimentos e são absolutos, são importantes para o bem-estar das pessoas, promovem uma força interior enorme a quem utiliza as práticas religiosas. Lembre-se, cada qual dentro do seu conjunto de crenças.

E ainda você poderia questionar sobre os ateus. Mas eles acreditam neles mesmos, colocam uma carga de fé muito grande neles mesmos, resultando em um poder próprio a levarem as suas vidas de maneira próspera ou satisfatória como qualquer pessoa religiosa. Aqui então estaria mais uma evidência do absolutismo do acreditar e da fé, do poder desses sentimentos,  no caso, sem se precisar de entes divinos e outros valores religiosos.

O ser humano dotado de consciência e inteligência está aqui na Terra há muito tempo: de 200 a 300 mil anos aproximadamente. Em muitos textos do meu blog
“O Relativismo das Religiões” < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br>, se você não estiver nele, eu
menciono algo em que acredito ser uma das razões mais fortes para seres com consciências próprias  perpetuarem a sua espécie: acreditar e possuir fé em entes divinos, em valores decorrentes desses mesmos, etc. Mas esses entes não precisam ser reais e aqui está o ponto principal dos meus argumentos. Entrarei primeiro no assunto da consciência para depois chegar até eles e na neurorreligação.

Ela é um dos maiores problemas para os cientistas resolverem. Basicamente o cérebro se volta a si mesmo, reconhece suas ações como sendo dele, corrige erros após verificar o que fez de errado, etc. Talvez mais difícil de entender é a autoconsciência: a consciência possui consciência de si própria. Nós temos consciência dela...

O matemático austríaco, Kurt Gödel (28/04/1906 - 14/01/1978), em 1931, formulou um importante teorema matemático filosófico, o Teorema da Incompletude, onde ele diz não ser possível para qualquer teoria baseado na teoria dos números, verificar  sua própria consistência. (4) Qualquer sistema não se voltaria a si mesmo para verificar suas asserções  mas o cérebro sim.

Já o neurologista e neurocientista português radicado nos Estados Unidos, António Damásio, veio com uma nova perspectiva a respeito do assunto. Para ele o problema da consciência é o do sentir e não somente algo lógico como processamento de dados por neurônios. Difícil e não compensador para você se eu entrar em detalhes aqui. Então recomendo a leitura de um resumo das principais ideias dele que fiz chamado “Sobre a consciência”. O link:
http://neuconblog.blogspot.com.br/2013/04/por-argos-arruda-pinto.html. Ou para se aprofundar ainda mais, o livro “O Mistério da Consciência” do António Damásio. (5)

Basta eu dizer neste texto sobre a consciência central e a ampliada tais como foram definidas por Damásio. A central faz com que o indivíduo reconheça a si mesmo como separado do meio ambiente. Ele existe, sabe disso, independente do mundo em que vive. Existe uma separação entre os dois. A ampliada está relacionada com a história de vida da pessoa, com o que já lhe aconteceu no passado, as influências resultantes no presente e  basicamente são as suas memórias reconhecendo que você mesmo foi o protagonista das suas histórias. É a que estamos acostumados com respeito as nossas vidas.

A consciência nos ajuda em nossa inteligência. Por exemplo, ao pensar: “tenho algumas dívidas e preciso me esforçar para acertá-las logo”, sem percebermos, a usamos três vezes sem nos darmos conta. Veja: “(eu) tenho” e “(eu) preciso me (a mim)  esforçar...”. Se você se interessar mais pelo assunto leia o meu artigo “O valor da consciência em nossos raciocínios”. Link:

Mas a consciência traz consigo, a quem possui, problemas difíceis de resoluções. O indivíduo passa a questionar sobre a própria existência, entrando em um labirinto muito amplo e intrincado onde seu estado emocional poderá ser afetado. São questões como “de onde eu venho?”, “qual o sentido da vida?”, “quem criou tudo o que me cerca?”, “Por que estou aqui?” e a mais perturbadora de todas: “para onde irei após a morte?”. Somos dotados de amor-próprio e não queremos morrer, queremos o melhor para nós…

Surgem questionamentos não só sobre a própria existência mas com o que, em grupos ou aldeias, comunidades ou cidades, eles haviam construído, em todo um contexto de se viver melhor. Organizações sociais simples desde os tempos dos chamados caçadores-coletores, das proto-cidades há alguns milênios, poderiam ou foram  destruídas por catástrofes, guerras, condições do clima, escassez de caça e/ou pesca, etc., e,  qual seria a explicação de tanto esforço e luta em vão? Não haveria sentido! Regras, “leis”, chefes, etc., toda essa estrutura difícil de criar e manter, de se lidar diariamente por anos e anos para de repente desaparecer?

E o que dizer dos rompimentos afetivos, devido à morte ou de outras maneiras, com familiares, os casais, os filhos, pais, irmãos, com a péssima sensação de impotência diante do fato de que não se veriam mais? Qual enorme peso poderia aguentar as cabeças de mortais como eles?

E nós agora? O mesmo terror outrora experimentado por um caçador-coletor diante de um predador é o mesmo ao percebermos um ladrão armado dentro de nossas casas. Mudaram as formas do viver mas a consciência continua, de um lado, a perturbarmos, com a ajuda da nossa inteligência, e fazer com que a maioria das pessoas adotem e pratiquem ritos e religiões.

Realmente considero estas questões muito importantes onde o ser humano teve que lidar desde quando adquiriu consciência de si próprio e do mundo que o rodeia. Colocando em xeque o lado emocional de si, as pessoas (6) teriam suas vidas social e sexual comprometidas  pondo em risco a sobrevivência da espécie. Afinal de que adiantariam  corpos fortes em mentes perturbadas, doentes?

A pressão sobre o funcionamento dos cérebros com consciência era muito grande e, então, algo aconteceu.

A seleção natural filtrou cérebros com peculiaridades importantes. Aqueles que pudessem transcender, (7) conceber entes divinos, não reais, para depois se  formularem crenças e  estórias baseadas neles ou relativas a eles.

Como exemplo, as pessoas atribuíam a vários ou a um só deus como criadores de tudo, reinando sobre as manifestações da natureza, sobre as suas vidas e a dos outros animais, sobre o estado das coisas, de tudo o que não era explicável…

Da época dos caçadores-coletores até há milênios, com o estabelecimento de religiões bem estruturadas, com muitos adeptos e que existem até hoje, nós humanos tivemos dezenas de milhares de anos  de criação e desenvolvimento de muitas religiões, conjuntos de seitas, crenças, etc. Fazer aqui um resumo da história das religiões seria impossível mas pense na necessidade de se criar valores para garantir a sanidade mental diante de um mundo complexo, violento, imprevisível e incompreensível. (8)

O ser humano passou a se valer (e se vale) de recursos mentais muito fortes, onde informações entravam e se fixavam em regiões cerebrais, juntas com sentimentos e emoções, formando valores religiosos a ajudar-lhe em muitas situações onde o seu lado emocional era e é muito exigido.

Resumidamente, o homem confere a um ou mais entes divinos a resolução de muitos de seus problemas, àqueles onde não se mais possui controle, à explicação de fatos naturais, etc., e, se não houver êxito, se utiliza da famosa frase “ele quis assim”, onde ele é qualquer deus de qualquer religião. A aceitação, a resignação...

Aqui está minha tese onde as práticas religiosas, de todas as religiões, (9) mexem com áreas específicas cerebrais, fazendo com que pessoas se religuem às suas vidas normais depois de problemas emocionais, depressões, transtornos de ansiedade, recaídas prolongadas com respeito a drogas e álcool, etc., e a denomino de neurorreligação.

Através dessas práticas, um conjunto de esforços em cima da memória junto com sentimentos e emoções, com respeito a esses valores, áreas cerebrais são ativadas, modificando e/ou influenciando outras áreas e assim fortalecendo a  estrutura emocional das pessoas.

Mas a neurorreligação também se encontra nas terapias e meditações como já escrevi sobre isto. (10) Ela pode ser vista também como simplesmente a volta de comportamentos normais, em relação à vida social, do indivíduo com a família, trabalho e à vida afetiva.


Notas:

1 - Publicado em: GOSPELPRIME. Disponível em:

2 - WILSON, E. O. Da Natureza Humana. São Paulo: T. A. QUEIROZ: Editora da Universidade de São Paulo. 1981. p. 169.

3 - Coloco entre aspas pois para mim o espiritual não existe e sim o psicológico, o mental.

4 - GOLDSTEIN, R. Incompletude: A prova e o paradoxo de Kurt Gödel. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 20.

5 - DAMÁSIO, A. R. O Mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 474 p.

6 - Meus artigos:

7 - Meu artigo: Consciência, amor-próprio, fé e transcendência < http://orelativismodasreligioes.blogspot.com.br/2013/06/consciencia-amor-proprio-fe-e.html  >

8 - Meu artigo: O surgimento de uma religião como uma necessidade humana

9 - Disse o neurocientista Andrew Newberg: “não importa qual é a religião, o importante é praticá-la”. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI65037-15224,00-NAO+IMPORTA+QUAL+A+RELIGIAO+O+IMPORTANTE+E+PRATICALA.html>. Acesso em: 19/10/2015.

10 - Meus artigos: A meditação como neurorreligação

A psicoterapia como neurorreligação

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A neurorreligação através das igrejas evangélicas


Ando por São Paulo e converso com pessoas das mais diversas classes sociais e culturais; entro, digamos assim, em ambientes diferentes uns dos outros e procuro assimilar o que cada um tem de bom (em termos culturais) para eu aprender.

Em um artigo anterior, “A neurorreligação com a religião na vida das pessoas”- http://neurorreligacao.blogspot.com.br/2017/02/a-neurorreligacao-com-religiao-na-vida.html - citei as igrejas evangélicas mas preferi escrever um artigo somente relacionado a elas. O que pode se tornar o primeiro de muitos.

Certa vez, em um domingo de manhã, na Av. São João, indo a  uma lan house, eu me deparei com a igreja, ou templo, do bispo R.R. Soares, a Internacional do Reino de Deus. Como a lan iria abrir um tempo depois, resolvi ver um pouco do que acontecia dentro do templo.

Na década de 90, eu ligava a televisão quando chegava em casa lá pelas seis horas da manhã, depois das chamadas “noitadas” (hoje baladas) e via alguma coisa dele. O achava tranquilo e por isso quis vê-lo ao vivo.

Eram oito e dez da manhã aproximadamente e o local já estava cheio.

Quando o culto começou, com uma música (não me lembro bem), pude presenciar certos comportamentos “bizarros” de pessoas que nunca se repetiriam em nenhum lugar. Primeiro uma menina dançava, rodopiava, em um canto com a maior parte do tempo de olhos fechados; e cantando. Ao lado, e quero comentar mais deste, um senhor com um belo terno cinza, simplesmente esmurrava a parede de revestimento almofadado. Depois se voltou para o palco, abaixando e levantando a cabeça, realizando um sem número de movimentos agressivos com os braços e mãos para todos os lados.

Qualquer psicólogo ou mesmo psiquiatra diz que é ótimo extravasarmos as nossas tensões e agressividade, mas, mesmo sem a palavra deles, sabemos desse fato, sentimos…  

Se aquele senhor participava do culto várias vezes por semana, durante meses e anos, com aquela agressividade, eu não sei, mas, de alguma forma, o que fazia mexia e muito com o cérebro. Disto tenho certeza. E qualquer melhora no comportamento dele positivamente, mesmo se fosse só de diminuir a agressividade dele na vida social e/ou no trabalho, eu diria que pontos no cérebro se modificaram em estrutura e funcionamento, configurando uma neuroplasticidade e depois uma neurorreligação.

Ainda está para acontecer alguma pesquisa nesse sentido, analisando  o cérebro de pessoas assim antes e depois de longas datas de cultos e/ou práticas evangélicas. Se já não aconteceu.

Conheci e conversei com muitas pessoas que curaram depressões, se livraram do vício das drogas e/ou do álcool frequentando e, o que é mais importante, extravasando emoções e sentimentos das mais variadas formas.

Para os evangélicos pessoas assim tiveram uma cura através de Deus. O que a ciência descobre cada vez mais com propriedade é a reconfiguração de atividades neurais levando as pessoas a se  comportarem melhores em relação ao mundo que as cerca. Mas se você acha que só nas igrejas evangélicas acontecem fatos dessa natureza, que só com o deus cristão, está enganado. Pessoas em outras religiões, seitas, “com outros” deuses também conseguem. Basta um exemplo: o hinduísmo.

Acontece que você adota a sua religião e o seus deus como absolutos; mas os outros também. E quem estará com a razão?

Uma coisa é certa: se concentrando, se esforçando, tendo fé no que passaram a você desde criança, mexerá no funcionamento e/ou nas suas estruturas cerebrais, sendo esses ensinamentos pura imaginação de quem as criaram em épocas quando criaram também a religião a eles relacionados. 


Nota:

Outro artigo para leitura:

“Religião ou neurorreligação?”-



 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A neurorreligação com a religião na vida de pessoas


Me lembro da minha infância e adolescência em minha cidade natal, uma pequena cidade do interior paulista, Santa Rita do Passa Quatro, onde era muito comum ver as mulheres, minha mãe, tias, mãe de amigos, etc., rezando o terço. Nas salas, cozinhas, quartos, fossem quais os  cômodos das casas, eu ficava impressionado com a concentração por parte delas e a exigência de respeito em não incomodá-las.  Muitas vezes olhavam para um canto do cômodo, quase sem piscar, e como em um transe ficavam horas recitando as ave-marias e pais-nossos.

Fico pensando hoje que áreas cerebrais alcançavam todos esses esforços. Era muita energia mental empregada nessas orações.

Naquela época não havia tanto stress como hoje mas, a vida é a vida, e responsabilidades e obrigações faziam parte de todos como agora.

E dou aqui um depoimento de como rezar o terço fazia bem àquelas mulheres, mas, algo é evidente: mexia com os cérebros. Naqueles dias não havia a tomografia por emissão de fóton único (SPECT), a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a ressonância magnética funcional (fMRI) e a ressonância magnética espectroscópica (MRS); e talvez nem estudos preliminares em neurociência com instrumentos menos complexos...

Mas por que escrever um artigo em que não tenho dados concretos, experiências,  para a avaliação do leitor? Faço então uma comparação, uma analogia deste texto com o meu outro artigo “Religião ou Neurorreligação?” -

O esforço cerebral, a fé, as convicções das freiras católicas e dos monges budistas,  rezando e meditando, respectivamente, não estão acima das mulheres que rezavam o terço - como as descrevi - em nada no que diz respeito às cargas emocionais envolvidas em todos os processos de cada um. Não é porque uma mulher se tornou freira ou alguém se tornou budista que os seus cérebros são privilegiados em relação às outras pessoas. Pode haver a vocação para tanto mas quantas daquelas mulheres da minha infância não tinham o mesmo potencial para se tornarem freiras? E essa vocação se refere também ao estilo de vida que as freiras e monges adotam ou aceitam, algo talvez não presente nos ideais de vida das mulheres com o terço na mão em minha infância.

Mas elas também iam às missas, participavam constantemente de novenas, ou seja, possuíam uma vida religiosa intensa.

E hoje vejo os evangélicos também com uma vida rica em valores religiosos, práticas constantes de leituras e interpretações da Bíblia, etc. Não que não havia antes mas penso também como essas práticas mexem com os cérebros dos membros das igrejas evangélicas.

Juntando tudo isto dá para se imaginar, no mundo inteiro, com pessoas praticando suas religiões como nesses dois exemplos, que modificações estruturais cerebrais e funcionais podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Não se engane que em outros países, culturas, etc., as práticas religiosas não sejam intensas, que não são como as do nosso país.

Os hindus também se dedicam diariamente às suas crenças e, por não ser obrigatório a presença em templos, o fazem em suas casas mesmo na maioria das vezes. Cantar hinos devocionais, mantras, meditação, são algumas dessas práticas realizadas com muita fé.

Eu poderia dar exemplos e mais exemplos de outras religiões e seus rituais mas estes três exemplos bastam aqui. Dois pertencentes à religião cristã, católica e evangélica, e outro à mais antiga de todas, o hinduísmo.

De tudo isso você pode concluir que, sentimentos e emoções oriundos das práticas religiosas, a própria fé e a convicção nas crenças, a frequência e intensidade desses ritos, etc., poderão levar a um bem-estar às pessoas, a médio, longo e até curto prazo, que eu chamo de neurorreligações. 

Houve, fisicamente e quimicamente, alterações no funcionamento e/ou modificações em pequenas estruturas cerebrais resultando em uma melhoria na vida emocional daquelas pessoas.